Como a reforma da Previdência afetará os produtores rurais
As novas regras da Previdência Social incluem na sua extensa lista de contribuintes, a cadeia do agronegócio. Desde empresas de exportação até o pequeno produtor rural. Alterando também o tempo de contribuição e a idade de adesão para o trabalhador rural.
31/07/2017 - Produtores Rurais
No
que diz respeito ao trabalho no campo, os jovens começam a trabalhar mais cedo do
que os trabalhadores da área urbana. Além disso, realizam atividades sem descanso
semanal, ou seja, o número de horas trabalhadas é superior à carga horária comumente
utilizada nas cidades, de 8 horas por dia. Esses fatores fazem com que o desgaste
físico dos trabalhadores rurais geralmente seja maior comparado com os trabalhadores
do meio urbano. Esses são os maiores pontos levantados pelos produtores rurais em
protesto contra a proposta de reforma previdenciária divulgada pelo Governo brasileiro
e as consequências que ela trará para a aposentadoria do agricultor.
A proposta de reforma da Previdência
No
dia 6 de dezembro passado, o governo federal apresentou uma proposta para alteração
das regras de concessão de aposentadorias e pensões da Previdência Social. Com o
intuito de conter despesas e incrementar a receita, a nova proposta de reforma previdenciária
objetiva, dentre outras coisas, a inclusão de novos setores na lista de contribuintes,
o que inclui a cadeia do agronegócio, desde empresas de exportação até o pequeno
produtor rural.
Além
disso, a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 apresentada pelo presidente
Michel Temer determina que homens e mulheres do campo trabalhem, no mínimo, até
os 65 anos para conseguirem a aposentadoria. A regra atual prevê o direito à aposentadoria
para o trabalhador rural aos 60 anos para os homens e aos 55 para as mulheres, mediante
comprovação de 15 anos de trabalho no campo, com benefício de um salário mínimo.
A proposta de reforma prevê também uma contribuição obrigatória ao INSS para os
trabalhadores rurais, contribuição esta, ainda
não detalhada.
O que muda para os produtores rurais e a repercussão
sobre a nova PEC
Além
da mudança em relação às idades mínimas previstas para aposentadoria, os trabalhadores
rurais deverão fazer as contribuições obrigatórias comentadas acima para a Previdência
Social, para terem direito à aposentadoria. Atualmente, os produtores rurais conseguem
se aposentar sem realizar contribuição para a Previdência, e diferentemente dos
trabalhadores da cidade que contribuem com um valor fixo no mês, o produtor rural
hoje paga um percentual sobre a receita bruta de sua produção, ou seja, um valor
variável.
Todas
essas novas propostas geraram grande repercussão e movimentação entre os trabalhadores
rurais para protesto contra a reforma. Um dos principais pontos levantados alega
que o trabalhador rural contribui, sim, com a Previdência: 2,1% da comercialização
de seus produtos são descontadas no momento da venda, de um total de 2,3%, já que
0,2% são destinados ao Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
O
maior ponto de discussão em relação à reforma da Previdência rural gira em torno
do aumento na contribuição. Há vários fatores em jogo nesse aspecto, e especialistas
já avaliam as consequências disso, como a possibilidade de êxodo rural que as mudanças
podem desencadear, principalmente no que diz respeito à agricultura familiar. A
desmotivação de ficar no campo vem crescendo.
Uma
parcela da população tende para o outro lado, entretanto, ficando a favor da reforma.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB), por exemplo, se posicionou sobre a medida e
considerou que essas mudanças são necessárias, apesar de criticar a visão de que
os trabalhadores rurais são responsáveis pelos prejuízos da Previdência.
Qual a sua opinião sobre o tema? Tem outros pontos para compartilhar sobre
os impactos que essa medida pode gerar para os produtores rurais? Escreva nos comentários!
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